quarta-feira, 19 de junho de 2013

Protestar pra quê, mesmo?

Enquanto boa parte dos meus amigos se manifesta nas redes sociais a favor dos protestos que acontecem em todo país, optei pelo silêncio virtual. Não por ser contra ou a favor da causa, mas simplesmente por não saber como opinar. Por medo de entrar numa polêmica que nem eu entendo direito, achei melhor ficar em cima do muro. Mas chegou a hora de expressar alguma, ou várias opiniões sobre tudo que está acontecendo.

Acho lindo ver o povo indo às ruas, "caminhando e cantando e seguindo a canção", em movimentos pacíficos. Não era nascida na época da ditadura e era muito criança nos tempos do "Fora, Collor", por isso tanta gente marchando em prol de um mesmo (ou vários mesmos) ideais me emociona. O problema é que tem uma galera que nem sabe por que está protestando, se mete no meio da manifestação pelo simples prazer de ser contra alguma coisa, brincar de revolucionário por um dia, desafiar os poderosos... São esses, na maioria das vezes, que formam os grupos de vândalos que mancham um movimento tão bacana.

Destruir lojas, quebrar prédios públicos, incendiar carros, pichar as cidades, entre outros atos de selvageria acabam comprometendo a reputação de todo o movimento. É a mesma coisa quando estamos no colégio e nos metemos com a "turma da bagunça", mesmo sem ter feito nada, vai todo mundo pra Diretoria. Afinal, o policial não vai chegar pra cada manifestante e perguntar:
- Dá licença, o senhor faz parte do movimento pacífico ou é vândalo?

O que começou por causa de R$0,20 acabou tomando uma proporção maior do que muitos poderiam imaginar. O momento é propício, com a Copa das Confederações em andamento e a proximidade da Copa do Mundo, o povo brasileiro resolveu questionar muita coisa e cobrar o que lhe é de direito. Não, não são alguns centavos que levaram milhares às ruas. São os milhões, bilhões, trilhões que estão sendo gastos pra preparar uma Copa "pra gringo ver", enquanto nós, que vamos continuar por aqui depois que a competição acabar, seguimos na mesma situação caótica de sempre, e até pior. Não é por centavos a mais que o Brasil está se revoltando, mas por saúde de menos, educação de menos, condições dignas de menos. O problema é o que falta, e falta muita coisa.

Chegando ao final desse desabafo, já começo a perceber que encontrei meu lado nessa questão. Sou a favor, sim, de protestos (pacíficos, que fique bem claro). Mas ainda acho que não vai resolver a maioria das reivindicações dos manifestantes. O valor das passagens baixou? Ótimo! Mas e o resto? É tarde demais pra ir contra a Copa do Mundo, o dinheiro público já foi torrado em estádios grandiosos e inúteis pra maioria da população. A corrupção vai continuar aí, os Felicianos seguirão criando leis absurdas e retrógradas, e assim caminha a humanidade. Ou melhor, assim caminha o Brasil, com um passo de tartaruga pra frente e dois passos de lebre pra trás.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Casa adaptada: os detalhes que fazem a diferença


Para quem vive sobre rodas, detalhes que passam despercebidos para o resto dos mortais fazem toda a diferença. Nas ruas, é quase impossível encontrar rampas, calçadas em boas condições e locais acessíveis a todos. Por isso, pelo menos em casa é possível facilitar a vida de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, isso inclui idosos, crianças e "gente baixinha".

Antes de comprarmos nossa casinha nova, minha mãe e eu atentamos para várias pequenas coisinhas que seriam fundamentais na nova morada. Ambientes planos ou com possibilidade de fazer uma rampinha, banheiros com portas largas, enfim... tudo que pudesse facilitar o dia-a-dia. 



Na nova casa, o que ainda não estava pronto, foi providenciado logo em seguida. A porta do banheiro, muito estreita, foi retirada. Fiquei algum tempo fazendo pipi de porta aberta, até que conseguíssemos providenciar uma porta de correr, já que com a porta original a cadeira de rodas não entrava no banheiro. Isso que minha cadeira é infantil, para quem usa cadeiras de adulto, as aberturas precisam ser ainda mais largas.
A pia do meu banheiro tem espaço pra "estacionar" a cadeira direitinho, sem precisar fazer malabarismos. E é mais baixa do que o normal, é claro.



Na entrada da casa, o piso novo deixou tudo plano, sem mais nenhum degrauzinho na porta de entrada. Assim, tenho total liberdade para entrar e sair de casa, ir até a calçada sozinha, levar minha gatinha Capitu pra tomar um sol e olhar as plantinhas. Ó, que bucólico.



Interruptores de luz e tomadas mais baixas, mesas da altura da cadeira de rodas, espaço suficiente entre os móveis para passar com a cadeira... Esses e outros detalhezinhos só são percebidos ao longo do tempo, na prática. Ah, e os QUE-RI-DOS tapetinhos que ficam uma graça no chão, são verdadeiras armadilhas para cadeirantes, já que as rodinhas dianteiras trancam nos malditos. Viu, mãe?

Não é o meu caso, mas quem faz a transferência da cadeira para outros lugares sozinho também precisa de barras de apoio. Esses equipamentos também facilitam bastante a vida de pessoas idosas e podem evitar os famosos tombos no banheiro (beijo, Vô!). 

Falando nisso, o sonho da minha mãe é mandar fazer uma pia mais baixa na cozinha, pra eu poder lavar a louça. Mas nem faço questão, juro, tá ótimo assim!