sábado, 28 de abril de 2012

O mesmo exame, mas um novo mundo



Há algum tempo contei aqui o sacrifício que foi para eu fazer um raio-x panorâmico, lembram? Na época, realizei esse exame em um hospital público, pelo SUS e com um equipamento do século passado. Mas como eu estava sendo acompanhada por uma equipe especializada do mesmo hospital, realizei tudo por lá mesmo.
Esta semana precisei repetir o raio-x, pois preciso extrair um siso que está me incomodando. Só que desta vez realizei o procedimento pelo convênio odontológico, em uma clínica maravilhosa e com uma máquina que mais parecia um robô.
O equipamento, novinho em folha, baixava quase até a altura da minha cadeira de rodas. A diferença que faltava foi preenchida por um bolo de pastas de papel, mas mesmo assim não fiquei com a sensação de estar "pendurada" como da outra vez.
Tranquila, sem tremer um milímetro e bem segura, fiz o raio-x em poucos minutos. Simples, rápido e sem sofrimento. Coisa de Primeiro Mundo!
Mas pra ter esses "privilégios", só com um bom convênio. Felizmente, tenho a sorte de estar bem amparada nesse sentido, mas e quem não tem? Os cadeirantes que só têm hospitais públicos como opção continuarão sofrendo por causa de um exame que deveria ser simples. Isto é Brasil. {#}

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O exame imaginário

Quando digo que há coisas que só acontecem comigo, o povo acha que estou exagerando. Pois bem, aí vai um novo capítulo da "minha nada mole vida".
No final do ano passado fui submetida a uma audiometria, como já contei aqui (aquele dia do "inferno astral", lembram?). O exame deveria ficar pronto em janeiro, para que eu pudesse entrar com um pedido para conseguir um aparelho auditivo "digrátis".
Passadas as festas de final de ano, minha mãe foi até o Hospital de Clínicas para retirar o resultado do exame. Após muito trilhar e nada conseguir, ela acabou desistindo. Dias depois, meu padrasto voltou ao local e novamente foi informado de que não haviam localizado o tal exame.
Inúmeras tentativas depois, minha mãe foi informada, certo dia, de que não há comprovante algum de que eu fiz a audiometria lá. Chegaram a perguntar: "a senhora tem certeza de que ela fez o exame aqui?", "foi esse exame mesmo, não foi um raio-x?". Como se fosse possível confundir uma audiometria com um raio-x...
Ah, tá! Quer dizer que eu sonhei que passei horas no corredor do hospital, mais um tempão ouvindo aqueles apitinhos antipáticos durante o exame?
Resumindo: segundo as atendentes, eu não fiz exame nenhum. Aliás, talvez eu nem tenha estado no hospital naquele dia. Se alguém me viu, foi tudo miragem, ok?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Cadeirante vale menos?

Já faz algum tempo que quero contar isso aqui, mas a correria do dia-a-dia me obrigou a abandonar o Bem Capaz. Mas sempre é tempo de denunciar a discriminação sofrida pelas pessoas com deficiência.
Meu amigo Carlão Oliveira, maratonista cadeirante, denunciou em seu blog a disparidade entre os prêmios dos "andantes" e cadeirantes" na Maratona de Porto Alegre. O 1º colocado "normal" ganharia R$ 12 mil, enquanto as pessoas com deficiência que fossem classificadas embolsariam no máximo R$ 500. Isso quer dizer que cadeirantes valem menos? Deveriam receber até mais, visto que as dificuldades de vencer uma prova como essas são ainda maiores do que as pessoas que não têm nenhum tipo de problema físico.
Segundo o Carlão, a Maratona de Porto Alegre estipulou apenas um "prêmio de consolação", como se os cadeirantes não fossem merecedores, ainda que vencessem a prova.
É um absurdo ou não é?