terça-feira, 6 de abril de 2010

Marcas do que se foi


Se alguém me perguntar, hoje, se eu tenho o sonho de um dia poder caminhar, a resposta é não. Não sinto falta, juro. Como poderia me fazer falta algo que nunca fiz?

Sinto falta, isso sim,  das coisas que já fiz e que me foram tiradas por contingências da vida.

Tenho saudades de andar de bicicleta, já que há 15 anos uma cirurgia mal-sucedida restringiu os movimentos da minha perna. Antes, eu "voava" na minha bike...

Gostaria de voltar a jogar vôleibrincar de ioiôfazer as coreografias de axé de antigamente (meu passado me condena...). Após a última fratura no braço, esses simples prazeres não foram mais possíveis.

Enfim, são esses momentos tão singelos que me fazem falta. De tudo que já vivi e que agora são apenas lembranças.
Mas, apesar da saudade, não voltaria no tempo. A sabedoria que tenho hoje, mesmo com todas as perdas e limitações, não troco por nada. Aprendi a dar valor ao que tenho, que pode ser menos do que há alguns anos, mas ainda assim é suficiente pra eu continuar na batalha da vida.

Nada substitui o aprendizado constante que até mesmo (e principalmente) os momentos difíceis proporcionam.

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