quarta-feira, 10 de março de 2010

Cadeirante sim, e daí?


Certas palavras servem como definição ou como rótulo? Hoje em dia ser politicamente correto está na moda, tanto que algumas pessoas têm medo de palavras simples como “cadeirante” ou “deficiente”. Há quem prefira o termo “pessoa com necessidades especiais” , mas pra que enfeitar? Sou cadeirante, sim! Sou PCD (pessoa com deficiência), sim!

Ontem mesmo passei por uma situação que ilustra bem isso.  No próximo domingo farei um concurso público, para o qual pedi fácil acesso.  Resumindo, ligaram pra dizer que eu poderei ir de carro até bem perto do prédio onde farei a prova. O que achei engraçado foi o tom da moça:
- Michele, já que tu tens...ahn...problemas de locomoção...ahn...não consegue caminhar, né? Poderás estacionar bem perto do prédio, etc...

Gaguejou, enrolou e não disse a palavra: CADEIRANTE. Não dói, é simples. Por que o medo? Não é palavrão, é uma definição, como tantas outras: cadeirante, gaúcha, jornalista, mulher, brasileira... Um termo tão simples, mas que é difícil de ouvir por aí com naturalidade. Não é ofensa, é apenas uma palavra, que não me define como pessoa. Afinal, parafraseando Shakespeare“O que é um nome? Uma rosa, se não se chamasse rosa, teria o mesmo doce perfume”.
Imagem: Divulgação

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